O seu médico pode apresentar-lhe as opções de tratamento e os resultados esperados para cada uma delas. A escolha do tratamento terá em conta o tipo de cancro, o estadio da doença, as suas necessidades, o seu estado geral, as complicações expectáveis e acima de tudo, a sua vontade.

A cirurgia é o tratamento habitual em pessoas com cancro de pele em estadios localizados. Em alguns casos, o médico pode sugerir quimioterapia tópica, terapia fotodinâmica ou radioterapia. Em estadio avançado (estadio IV) poderá ser necessário administrar tratamentos sistémicos.

Uma vez que estes tratamentos podem danificar células e tecidos saudáveis, poderão ocorrer efeitos secundários indesejáveis, dependendo sobretudo do tipo e duração do tratamento. Os efeitos secundários podem variar de pessoa para pessoa. Como tal, antes de iniciar o tratamento, o seu médico irá explicar-lhe quais são os possíveis efeitos secundários e sugerir-lhe formas para lidar com eles. Poderá ser necessária medicação de cuidados de suporte, nomeadamente medicação para alívio da dor.

Poderá questionar o seu médico sobre a possibilidade de participação num ensaio clínico (estudo de investigação de novos métodos para tratar a neoplasia ou impedir a sua recorrência).

Cirurgia

A cirurgia é o método de eleição para tratar o cancro de pele e pode ser realizada de várias formas, dependendo do tamanho e do local onde se encontra o tumor, assim como de outros fatores. O seu médico poderá descrever com mais detalhe estes tipos de cirurgia:

  • A remoção cirúrgica da pele afetada (excisão ou exérese) é um tratamento comum para remover o cancro de pele. O cirurgião remove a neoplasia e a zona circundante com um bisturi. A pele desta zona e as margens serão analisadas ao microscópio para garantir que todas as células cancerígenas foram removidas. A dimensão da margem depende do tamanho da neoplasia.
  • A cirurgia de Mohs (também designada por cirurgia micrográfica de Mohs) é utilizada em alguns tipos de cancro de pele. A área da neoplasia é anestesiada, sendo em seguida cortadas pequenas camadas da margem da neoplasia que são imediatamente observadas ao microscópio. O cirurgião repete este procedimento até deixar de visualizar células cancerígenas. Deste modo, o cirurgião pode remover a totalidade do cancro e apenas uma pequena porção de tecido saudável.
  • A eletrocoagulação e a curetagem são procedimentos simples e rápidos, frequentemente utilizadas para remover pequenos basaliomas. O médico anestesia a área a ser tratada e o cancro é removido com um dispositivo afiado com a forma de uma colher, denominado cureta. A área tratada é submetida a uma corrente elétrica que controla a hemorragia e destrói qualquer célula cancerígena que possa ter permanecido naquela área.
  • A criocirurgia é normalmente utilizada em pessoas que não podem ser submetidas a outros tipos de cirurgia. A morte das células malignas é consequente ao congelamento da água intracelular e posterior descongelamento.
  • A cirurgia laser utiliza um feixe fino e côncavo de luz para remover ou destruir células cancerígenas.

Por vezes é necessário um enxerto de pele para fechar o orifício provocado pela cirurgia. Para tal, o cirurgião anestesia uma porção da pele saudável de outra região do corpo, removendo-a em seguida. O enxerto é usado para cobrir a área de onde foi retirado o tumor. Os doentes com enxertos de pele, devem ter cuidados especiais com a cicatrização. O tempo de cicatrização após a cirurgia varia de pessoa para pessoa. É normal sentir algum desconforto durante os primeiros dias, sendo por vezes necessário realizar medicação para o alívio da dor. A cirurgia deixa sempre uma cicatriz, cujo tamanho e cor depende da dimensão do tumor, do tipo de cirurgia e do modo como a sua pele cicatriza. É importante seguir os conselhos do seu médico relativamente aos cuidados e higiene a ter após a cirurgia.

Poderá querer colocar ao seu médico as seguintes questões sobre a cirurgia:

  • A que tipo de cirurgia irei ser submetido?
  •  Que complicações da cirurgia serão expectáveis?
  •  Irei necessitar de um enxerto de pele?
  •  Qual será o aspeto da minha cicatriz? Poderá ser feita alguma coisa de modo a reduzir o tamanho da cicatriz? Necessitarei de cirurgia plástica e reconstrutiva?
  •  Como me sentirei depois da operação?
  •  Se tiver dores, como serão controladas?
  •  Terei necessidade de ficar no hospital?

Terapia fotodinâmica

A terapia fotodinâmica (PDT) utiliza uma substância química (um agente fotossensibilizador) e uma fonte especial de luz (como a luz de um laser) para matar as células cancerígenas. Esta substância é aplicada diretamente na pele ou injetada de forma a permanecer nas células cancerígenas. Algum tempo depois esta luz irá incidir na neoplasia ativando o agente químico, destruindo as células cancerígenas. A PDT é utilizada para tratar tumores que se encontram na superfície da pele ou em zonas muito próximas.

Como efeitos secundários, a PDT pode provocar queimaduras ou sensação de formigueiro, edema ou vermelhidão. Pode deixar uma cicatriz nos tecidos saudáveis em redor da neoplasia. Se for submetido a esta técnica, deverá evitar a exposição direta ao sol e a luzes nos 6 meses após o tratamento.

 Poderá querer colocar ao médico as seguintes questões sobre PDT:

  • Quanto tempo terei de permanecer no hospital?
  •  Terei necessidade de ser submetido ao tratamento mais do que uma vez?
  • Quais são as complicações expectáveis?

Radioterapia

A radioterapia utiliza radiações ionizantes para matar células cancerígenas. Estas são emitidas a partir de um aparelho que as dirige à zona das células afetadas. O tratamento pode ser realizado numa dose única ou em várias doses dependendo do caso. É sobretudo recomendada para tratar tumores de áreas de difícil acesso cirúrgico, ou em pessoas com maior risco de complicações cirúrgicas. Pode ser utilizada em alguns casos após cirurgia, com o objetivo de reduzir a probabilidade de reaparecimento do cancro. Como efeitos secundários a pele pode ficar avermelhada, seca e mais sensível.

 

Poderá querer colocar ao seu médico as seguintes questões sobre a radioterapia:

  • Como me irei sentir depois da radioterapia?
  • Que cuidados deverei ter com a zona submetida ao tratamento?

Tratamento sistémico

Os cancros de pele (não melanoma) não costumam apresentar-se em estadio avançado (doença disseminada), sendo a incidência de metastização no carcinoma basocelular inferior a 1% e no carcinoma espinocelular entre 1 e 4%. Neste grupo de pessoas poderá ser necessária a avaliação por um oncologista para realizar tratamento sistémico com imunoterapia, terapêutica alvo ou quimioterapia. O seu médico irá indicar-lhe o tratamento mais adequado para a sua situação e explicar-lhe os possíveis efeitos secundários do tratamento.

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