Melanoma

O melanoma é uma neoplasia (cancro) cutânea, que tem origem na transformação maligna dos melanócitos normais da pele. Recentemente tem-se verificado um aumento do número de novos casos, sobretudo nos países ocidentais.

Este tipo de neoplasia tem origem nos melanócitos que são um tipo de células cutâneas (da pele), responsáveis pela produção de pigmento cutâneo (melanina). Para perceber melhor o melanoma é útil conhecer a pele e os melanócitos. É importante perceber qual a sua função, como crescem e o que acontece quando surge o seu potencial maligno.

  
  

A pele: compreender o seu funcionamento

A pele é um dos maiores órgãos do corpo e é composta por diferentes tipos de células. A sua principal função é proteger o nosso organismo das lesões causadas pela luz solar, funcionando também como primeira barreira de proteção contra feridas e infeções. Ajuda, ainda, a regular a temperatura corporal, armazena água e gordura e intervém na produção de vitamina D.

A pele é composta por 2 camadas principais, a epiderme e a derme, que estão separadas por uma membrana basal. A epiderme, que é mais exterior, é composta por várias camadas ou estratos que contêm diversos tipos de células. Além dos queratinócitos, que são as células mais comuns, tem também na sua composição melanócitos, células de Langerhans, células de Merkel e células inflamatórias. A epiderme é mais espessa nas superfícies palmar (mãos) e plantar (pés) e menos espessa, por exemplo, nas pálpebras.

A derme tem na sua composição vasos sanguíneos e linfáticos, folículos pilosos e glândulas de diversos tipos. Algumas destas glândulas produzem suor, que ajuda a regular a temperatura  corporal, mantendo-a sensivelmente constante ou com poucas variações, independentemente da temperatura exterior. Outras glândulas produzem sebo, uma substância oleosa que contribui para a hidratação da pele. O suor e o sebo atingem a superfície da pele, através dos poros, pequenos orifícios localizados na superfície da pele.

Os melanócitos e os sinais

Os melanócitos são células cutâneas responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à pele. Os percursores dos melanócitos (ou seja, as células que darão depois origem aos melanócitos) iniciam o seu desenvolvimento durante o primeiro trimestre da vida fetal, migrando do seu local de origem para outras localizações nomeadamente meninges, membranas da mucosa (oral, anal, retal, intestinal, etc…), esófago, globo ocular e pele. Os melanomas com estas localizações mais raras não serão aqui abordados.

O melanoma pode ter origem em qualquer uma destas localizações onde existem melanócitos, embora o local mais frequente seja a pele. Neste caso, o melanoma tem origem nos melanócitos presentes entre a junção da epiderme com a derme.

Quando a pele é exposta ao sol, os melanócitos são “ativados” e produzem mais pigmento, fazendo com que a pele fique mais escura, bronzeada. Por vezes, surgem na epiderme proeminências de grupos de melanócitos bem circunscritos, chamados sinais ou nevos.

Os sinais da pele são bastante comuns. Podem ser rosados, castanhos claros ou escuros, ou de uma cor muito parecida com o tom normal da pele. As pessoas com pele escura tendem a ter sinais escuros. Os sinais podem ser planos ou ter relevo/volume e a sua forma é, em geral, redonda ou oval, tendo normalmente menos de 1 cm de diâmetro (semelhante à borracha de um lápis).

Normalmente, os sinais ou nevos estão presentes desde o nascimento. No entanto, podem aparecer mais tarde e desaparecer espontaneamente com a idade, sem que isso tenha qualquer relação com malignidade. Em caso de dúvida em relação à origem e causa de um nevo ou sinal, deve consultar o seu médico.

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