Reconhecer os sinais de melanoma

Em 2020, foram diagnosticados 324 635 novos casos de melanoma em todo o mundo, sendo o 17.º cancro mais comum. No mesmo ano, cerca de 57 000 doentes com melanoma faleceram devido à doença, representando menos de 1% de todas as mortes por cancro.

A incidência de melanoma na Europa varia significativamente entre 3 a 5 pessoas por 100.000, por ano, nos países mediterrânicos e 12 a 25 pessoas nos países nórdicos. O melanoma mais frequente é o melanoma cutâneo ou da pele, que tem origem nos melanócitos que se encontram entre a epiderme e a derme.

A distribuição por géneros é muito semelhante, com um ligeiro predomínio nos indivíduos do sexo masculino. O melanoma é diagnosticado mais frequentemente entre os 55 e os 64 anos, sendo que a idade média de diagnóstico é de 63 anos. Nos homens o melanoma é mais frequentemente diagnosticado no tronco (zona entre os ombros e as ancas). Nas mulheres é mais frequente nos membros inferiores (pernas).

O melanoma é mais frequentemente diagnosticado em pessoas brancas. Este aspeto é melhor explicado pela combinação da exposição à radiação ultravioleta (UV) e o seu efeito na pele mais clara. De facto, no país com maior incidência de melanoma, a Austrália, o número de novos casos é maior nos descentes europeus (de pele clara) do que nos descendentes dos aborígenes (de pele escura). Nas populações de pele mais escura, a maioria dos melanomas é acral, ou seja, localiza-se na palma das mãos ou planta dos pés, sub-ungueal (por baixo das unhas) ou da mucosa, embora os melanomas possam ocorrer em qualquer localização.

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Descubra quais os fatores de risco

Não existe uma causa única para o desenvolvimento de melanoma. Estão descritos e são conhecidos fatores que aumentam o risco de desenvolver melanoma. Ter um fator de risco para o desenvolvimento de melanoma não significa que a doença se desenvolverá em todos os casos. O inverso também é verdade. Não ter fatores de risco identificáveis para o desenvolvimento de melanoma não é garantia de não ter melanoma. Um fator de risco é descrito como qualquer característica que aumente o risco de um determinado acontecimento. Globalmente, e de forma não exaustiva, os fatores de risco mais comuns para o desenvolvimento de melanoma são:

Pele clara

O risco é maior em pessoas com pele clara (em comparação com pele escura), que facilmente “apanha escaldões”, com dificuldade em bronzear ou que bronzeia pouco, e em doentes com as vulgares “sardas”. Em geral são pessoas com cabelo loiro ou ruivo e olhos claros.

Queimaduras solares graves, com feridas ou bolhas

Doentes com  história pessoal de queimadura solar grave com formação de bolhas, sobretudo, durante a infância ou adolescência, têm risco aumentado para o desenvolvimento de melanoma, tendo em conta a função de “memória” da pele. É aconselhável que a pele das crianças seja protegida do sol, nomeadamente utilizando protetores solares, evitando a exposição solar nas horas de maior calor e usando roupa protetora. A proteção solar poderá reduzir o risco de melanoma. As queimaduras solares, em idade adulta, também são um fator de risco para desenvolvimento de melanoma.

Radiação UV

A exposição à radiação UV parece também ser um fator de risco para o desenvolvimento de melanoma. A radiação solar UV provoca envelhecimento prematuro e danos na pele. As fontes artificiais de radiação UV, nomeadamente os solários, aumentam o risco de melanoma. Por este motivo, a exposição aos raios UV provenientes de fontes artificiais deve ser evitada.

Nevo displásico

Um nevo (sinal) atípico ou displásico é um nevo cuja aparência se distingue dos nevos comuns. São geralmente maiores, com bordos irregulares, cor variável (que pode ser diferente dos restantes nevos), podendo ter ou não relevo (ver abaixo). A probabilidade de um doente com nevos displásicos vir a desenvolver um melanoma é maior do que a de um doente com nevos não displásicos. O risco também é maior em pessoas com um grande número de nevos displásicos.

Presença de muitos nevos (mais de 50)

Doentes com elevado número de nevos, em geral mais de 50, têm um risco aumentado de desenvolver melanoma, quando comparado com a população em geral.

História pessoal de melanoma ou cancro da pele

As pessoas com história pessoal de melanoma apresentam um risco mais elevado de ter um segundo melanoma.

História familiar de melanoma

Por vezes, o melanoma ocorre em várias pessoas da mesma família. Ter 2 ou mais familiares próximos que tiveram melanoma é um fator de risco. Quando o melanoma ocorre com mais frequência numa família, os familiares diretos devem ser avaliados, pelo menos uma vez, em consulta de dermatologia, para definir o plano de vigilância.

Sistema imunitário enfraquecido

Pessoas cujo sistema imunitário está comprometido por outras doenças (por exemplo: tumores malignos, HIV, etc.), ou pela administração de medicamentos após transplante de órgãos que diminuem a ação do sistema imunitário, têm risco aumentado de desenvolver melanoma.

Exposição prolongada ao sol

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