Classificação e Estadiamento

Leucemia Mieloblástica Aguda

A Leucemia Mieloblástica Aguda (LMA) é um tipo de cancro do sangue  de evolução rápida e, necessita de tratamento urgente.

Ocorre devido à proliferação maligna (clonal) das células mieloides progenitoras na medula óssea, interferindo na produção  das células normais (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) determinando assim, os sintomas da doença.

Existem diversos tipos de LMA de acordo  com a Classificação da Organização Mundial de Saúde e diferentes prognósticos (estratificação  de risco) associados às características deste grupo heterogéneo de leucemias. Desta forma o tratamento também é diversificado atendendo a:

  • Caracteristicas do doente: para além da idade, é importante a avaliar o seu “performance status” e as comorbilidades existentes (doenças  cardíacas, doença  pulmonar crónica, entre outras);
  • Caracteristicas da Leucemia (ex.: Leucemia  Promielocítica  Aguda)  – melhor  prognóstico, terapêutica especifica de diferenciação dos glóbulos brancos  em fase (promielocítica);

Leucemia Linfoblástica Aguda

É um tipo de cancro do sangue, de crescimento rápido e necessita de tratamento  urgente.

A leucemia  linfoblástica  aguda  (LLA) caracteriza-se  pela  proliferação  clonal  de  células imaturas  da  linhagem linfoide B ou T, devida a alterações citogenéticas  e  moleculares, podendo  ocorrer em diferentes fases da maturação  celular.

É uma  doença  rara  no adulto  (acima  dos 35 anos)  e frequente  nas  crianças.  Tal como o tratamento, o prognóstico  dos vários grupos etários é distinto.

Trata-se  de uma doença  heterogénea e é essencial  existir um sistema  de classificação do tipo de LLA para determinar o seu prognóstico (evolução), bem como o tratamento adequado. A sua classificação de acordo  com a Organização Mundial de Saúde  integra elementos de caracterização citogenética, molecular etc. obtidas através do estudo de amostras de medula óssea e/ou sangue  periférico.

Também os fatores relacionados com a doença e com o doente, preditores  do  prognóstico (idade   do  doente,  glóbulos   brancos   muito  aumentados  ao diagnóstico, envolvimento do sistema nervoso central, fenótipo B vs. T, presença de cromossoma Philadélfia e/ou outras alterações citogenéticas) são determinantes na decisão terapêutica e evolução da doença.

Leucemia Linfocítica Crónica

É um tipo de cancro do sangue  que se desenvolve lenta e cronicamente. Afeta o sangue  e a medula óssea.

A medula óssea produz as células do sangue, entre elas os linfócitos, responsáveis pelo nosso sistema imunitário.

Na  leucemia  linfocítica  crónica  (LLC) a  medula  óssea  produz  linfócitos  anormais  (mais frequentemente  os  linfócitos  B).  Estas  células  crescem   descontroladamente,  entram  em circulação e viajam por todo o organismo podendo  depositar-se em certas  partes  do corpo (gânglios, baço e medula óssea).

Mais frequente  na idade adulta (acima 60 anos) e no Ocidente, verificando-se também maior incidência no sexo masculino.

Ao contrário  das  leucemias  agudas,  podem  não  existir sintomas  e a doença  ser  apenas detetada em exames de rotina pela observação  de um número aumentado de linfócitos nas análises laboratoriais (hemograma).

Nem todos os doentes  com LLC necessitam de ser tratados  no momento em que é feito o diagnóstico.   Estabelecer   o  estado   evolutivo  da  doença   através   da  avaliação clínica   e laboratorial determina qual o momento para inicio de terapêutica.

Com o desenvolvimento de marcadores de prognóstico tal como a identificação de marcadores biológicos celulares – é possível direcionar a abordagem terapêutica de uma forma mais específica.

Assim, o diagnóstico  precoce  é essencial  para  a implementação  de um plano  terapêutico ativo, para prevenir complicações da doença, atuação precoce  nas mesmas  e decisão do momento certo para iniciar tratamento.

Leucemia Mieloide Crónica

É um tipo de cancro do sangue  crónico e com desenvolvimento lento.

Os doentes  com leucemia mieloide crónica (LMC) têm um aumento  dos glóbulos brancos imaturos no sangue  periférico, medula óssea, baço e mais raramente  no fígado e gânglios linfáticos.

Alguns doentes  não apresentam sintomas no momento do diagnóstico pelo que – alterações nas analises laboratoriais podem ser a primeira “manifestação” da doença. Noutros doentes, surgem sintomas relacionados com o aumento  do volume do baço (enfartamento), cansaço, dor   óssea,   febre,   suores   profusos   e   emagrecimento.   Estes   sintomas   vão   surgindo progressivamente ao longo do tempo.

Numa pequena percentagem de casos  a LMC transforma-se em uma forma mais aguda  e agressiva de leucemia (LMC em fase blástica).

A LMC surge quando  a célula na medula óssea  sofre uma alteração nos cromossomas 9 e 22, que  se  fundem  formando  um cromossoma  anormal  chamado  cromossoma  Philadélfia (nome  da cidade  onde  foi identificado).  A fusão  dos cromossomas provoca uma troca  de informação   genética   na  qual   dois   genes   (BCR e  ABL) se  juntam.   O  gene   anormal (denominado BCR-ABL1) leva à produção  por parte das células da medula de uma proteína anormal a BCR-ABL1 tirosinoquinase, que estimula as células malignas da LMC a crescer e sobreviver para além do normal.

Esta alteração genética surge durante  a vida do doente – é adquirida e não herdada, daí que não se prepetuará nas gerações futuras.

Na LMC é caracterizada, de acordo  com a percentagem de células blásticas existentes na medula   óssea   e/ou  sangue   periférico   em:   fase  crónica   (sendo   a  maioria   dos  casos diagnosticados nesta  fase); fase acelerada e fase blástica. Cada uma destas  fases tem uma evolução e resposta  ao tratamento, diferentes.

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