O cancro do ovário
Ovários, trompas de Falópio e peritoneu
Os ovários e as trompas de Falópio fazem parte do aparelho reprodutor feminino e estão localizados na pélvis. Estes órgãos estão revestidos por um tecido denominado peritoneu, constituído por duas camadas – uma camada interna (peritoneu visceral), que envolve os órgãos abdominais e uma camada externa (peritoneu parietal), que reveste a parede abdominal – e separa a cavidade abdominal da pélvis. Uma parte do peritoneu visceral forma uma prega em forma de avental (omento) que desce a partir do estômago, cobrindo anteriormente os órgãos abdominais.
Os ovários têm como principais funções a produção de hormonas femininas (estrogénio e progesterona), regulando a ovulação e, subsequentemente, a ocorrência de uma gravidez. Em condições normais, mensalmente ocorre a libertação de óvulos do ovário e o seu transporte através da trompa de Falópio, um canal que liga o ovário ao útero. A trompa de Falópio é também o local onde ocorre a fecundação, na presença de espermatozoides; quando não ocorre fecundação, a mulher apresenta uma hemorragia (menstruação). A partir dos 45-55 anos, os ovários começam gradualmente a reduzir a produção hormonal e deixam de libertar óvulos; a mulher deixa de menstruar e entra numa nova fase denominada menopausa. O peritoneu tem como principal função fornecer suporte aos órgãos que temos dentro da nossa cavidade abdomino-pélvica, permitindo que se mantenham no sítio.
Cancro do ovário
Com o evoluir do conhecimento sobre o cancro do ovário, percebeu-se que este representa um grupo de tumores que têm origem no ovário, nas trompas de Falópio ou no peritoneu. O cancro com origem no peritoneu também pode afetar homens, no entanto é muito raro.
Os tumores malignos com origem no ovário, trompa de Falópio ou peritoneu:
- não têm exames de rastreio eficazes;
- são diagnosticados através dos mesmos exames;
- são tratados da mesma maneira;
- têm uma apresentação clínica semelhante.
O que acontece no cancro do ovário?
Este cancro pode invadir ou disseminar-se para outros órgãos:
- Invasão: Um tumor maligno do ovário pode crescer e invadir os órgãos adjacentes, tais como o útero ou o intestino grosso;
- Disseminação: Devido à sua localização anatómica, um tumor maligno do ovário pode libertar células cancerígenas diretamente na cavidade peritoneal. Esta libertação pode levar à formação de novos tumores na superfície dos órgãos e tecidos adjacentes, tais como implantes peritoneais e à formação de líquido com células cancerígenas (ascite maligna). Estas células podem também disseminar-se através do sistema linfático e/ou sanguíneo para órgãos distantes, sendo as localizações mais frequentes o abdómen superior (fígado) e o tórax (pulmões).
Quando o cancro atinge outra zona do organismo, a partir do seu local de origem, o novo tumor tem o mesmo tipo de células e o mesmo nome do tumor de origem.
Por exemplo, se o cancro do ovário metastizar para o fígado, as células cancerígenas existentes no fígado serão, na realidade, células cancerígenas do ovário. Será um cancro do ovário metastizado, e não cancro do fígado. Por essa razão, é tratado como cancro do ovário e não como cancro do fígado.
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