CANCRO DO COLO DO ÚTERO: FATORES DE RISCO

Os médicos nem sempre conseguem explicar por que é que algumas mulheres desenvolvem cancro do colo do útero e outras não.

Contudo, sabe-se que uma mulher com determinados fatores de risco está mais predisposta do que outras a desenvolver cancro cervical. Um fator de risco é algo que aumenta a probabilidade de se vir a desenvolver a doença. Estudos efetuados identificaram alguns fatores que podem aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero.

Quando presentes em simultâneo, estes fatores aumentam ainda mais o risco.

Vírus do papiloma humano (HPV):

o HPV é a sigla para uma família de vírus que infectam a pele e as mucosas, sendo que alguns tipos podem infectar o colo do útero, originando verrugas ou lesões pré-cancerosas. A infeção persistente por um dos 14 tipos de HPV considerados como de alto risco é a causa da maioria dos casos de cancro do colo do útero e por conseguinte é o principal fator de risco. A infeção é transmitida através de contacto sexual sendo extremamente comum em mulheres jovens na primeira década de atividade sexual. A maioria dos adultos já foi num dado momento da sua vida infetada com HPV mas apenas 10% das infeções se tornam persistentes podendo causar lesões pré-cancerosas. O cancro do colo do útero surge assim, numa minoria das mulheres que têm lesões pré-cancerosas, sendo o risco de progressão destas lesões para cancro, superior em mulheres com mais de 30 anos.

Não ter feito qualquer teste de rastreio:

frequente em mulheres que não realizam periodicamente o rastreio. Este exame possibilita a detecção de células pré-cancerosas. A detecção precoce das lesões pré-cancerosas permite o seu tratamento atempado com taxas de cura perto dos 100%.

Sistema imunitário enfraquecido (o sistema de defesa natural do organismo):

as mulheres infetadas com VIH (o vírus que provoca SIDA) ou sob medicação inibidora do sistema imunitário, apresentam risco aumentado de desenvolver cancro do colo do útero. Nestas mulheres, os médicos recomendam a repetição mais frequente dos testes de rastreio.

IDADE:

as lesões pré-cancerosas cuja deteção é o alvo do rastreio encontram-se mais frequentemente entre os 25 e os 35 anos, enquanto o cancro do colo do útero é mais frequente a partir dos 40 anos de idade.

História sexual:

as mulheres que tenham tido muitos parceiros sexuais apresentam risco aumentado para o desenvolvimento do cancro do colo do útero. As mulheres que tenham tido relações sexuais com homens que, por sua vez, tenham tido muitas parceiras sexuais, apresentam também maior risco de desenvolver cancro do colo do útero. Em ambos os casos, o risco é acrescido, uma vez que estas mulheres têm maior risco de infeção por HPV.

Tabagismo:

as mulheres fumadoras com infeção por HPV apresentam um risco acrescido de desenvolver cancro do colo do útero.

Tomar a pílula durante longos períodos de tempo:

tomar a pílula durante longos períodos de tempo (5 anos ou mais) pode aumentar o risco de desenvolver cancro do colo do útero, em mulheres infetadas por HPV.

Ter muitos filhos:

estudos efetuados sugerem que as mulheres infetadas por HPV que tenham muitos filhos, podem apresentar risco acrescido para o desenvolvimento de cancro do colo do útero.

O dietilestilbestrol (DES):

pode aumentar o risco de desenvolver uma forma rara de cancro do colo do útero e outros tipos de cancro do aparelho reprodutor feminino, em crianças do sexo feminino expostas a este fármaco antes do nascimento. Nos Estados Unidos, o DES foi administrado a mulheres grávidas,  entre 1940 e 1971 (atualmente não é prescrito a mulheres grávidas).

As mulheres que pensem estar em risco de desenvolver cancro do colo do útero, devem debater esta questão com o seu médico e podem, eventualmente, marcar um exame médico completo.

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