- Por que razão tenho de realizar uma biópsia? De que modo irá a biópsia afetar o meu tratamento?
- Que tipo de biópsia será efetuada?
- Quanto tempo demorará? Vou estar acordado durante o procedimento? É doloroso?
- Quais são as probabilidades de ocorrer uma infeção ou hemorragia depois da biópsia? Existem outros riscos?
- Os resultados demoram muito?
- Se tiver um tumor cerebral, quem falará comigo sobre o tratamento? Quando?
Cancro do cérebro: formas de diagnóstico
As pessoas que apresentem sintomas sugestivos de tumor cerebral, poderão ter de realizar um ou mais dos seguintes procedimentos:
Exame físico
O médico verifica os sinais gerais de saúde.
Exame neurológico
O médico verifica a agilidade, força muscular, coordenação, reflexos e resposta à dor. O médico também examina os olhos para identificar edemas que possam ser provocados pela compressão do tumor no nervo óptico, que liga o olho ao encéfalo.
TC (Tomografia Computorizada)
Através de um aparelho de raios X ligado a um computador, é possível obter várias imagens da cabeça. Poderá ser administrado material de contraste para se observar o encéfalo com maior nitidez. O material de contraste permite observar os órgãos e os tecidos de tumores cerebrais.
RM ( Ressonância Magnética)
Um íman gigante ligado a um computador permite obter imagens detalhadas do interior do corpo. Estas imagens são visualizadas num monitor e podem ser impressas. Por vezes, é injetado um contraste para ajudar a visualizar diferenças nos tecidos cerebrais. As imagens podem evidenciar um tumor ou outro problema cerebral.
Outros exames importantes
O médico poderá solicitar outros exames:
- Angiograma – Para este procedimento é injetado na corrente sanguínea um contraste que permite observar os vasos sanguíneos cerebrais no raio X. Se existir um tumor poderá ser visualizado no raio X.
- Raio X craniano– Alguns tipos de tumores cerebrais causam depósitos de cálcio no encéfalo ou alterações nos ossos cranianos. Através de raio X, o médico pode observar estas alterações.
- Punção lombar – Trata-se da colheita de uma amostra de líquido cefalorraquidiano (líquido que preenche os espaços dentro e em redor do encéfalo e da espinal medula). Para a realização deste procedimento é administrada anestesia local. O médico utiliza uma agulha fina e comprida para recolher líquido da espinal medula, procedimento que demora cerca de 30 minutos. O doente deve permanecer deitado durante várias horas após a punção, de modo a evitar dores de cabeça. No laboratório, é verificada a existência de células cancerígenas no líquido ou outros sinais de doença.
- Biópsia – À colheita de tecidos para se determinar a presença de células cancerígenas dá-se o nome de biópsia. As células são observadas ao microscópio por um patologia no sentido de detetar a existência de células anómalas. A biópsia pode revelar a presença de cancro, alterações nos tecidos passíveis de provocar cancro, bem como outras situações. A biópsia é o único método seguro para diagnosticar um tumor cerebral.
Biópsias em detalhe
Os neurocirurgiões têm ao seu dispor três formas de colher tecidos:
- Biópsia aspirativa – O neurocirurgião realiza uma pequena incisão no couro cabeludo e efetua um pequeno orifício no crânio. Esta abertura é designada por orifício de trepanação. O médico faz passar uma agulha através do orifício de trepanação e recolhe uma amostra de tecido do tumor cerebral.
- Biópsia estereotáxica – Um dispositivo de imagiologia, como a TC ou a RM, guia a agulha através do orifício de trepanação até ao local do tumor. O neurocirurgião recolhe uma amostra de tecido com a agulha.
- Biópsia em simultâneo com o tratamento – Por vezes, o neurocirurgião recolhe uma amostra de tecido enquanto o doente é submetido à cirurgia para remover o tumor.
Por vezes, não é possível efetuar uma biópsia. Se o tumor estiver localizado no tronco cerebral ou em determinadas áreas, o neurocirurgião poderá não conseguir remover tecido do tumor sem lesionar o tecido cerebral normal. Em alternativa, o médico recorre à RM, TC ou a outros exames imagiológicos.