- Qual é o estadio da doença? E qual é o grau do tumor?
- Quais são as minhas escolhas para o tratamento? Qual me recomenda? Porquê?
- Quais são os benefícios esperados de cada tipo de tratamento?
- Quais são os riscos e os possíveis efeitos secundários de cada tratamento? Como poderão ser controlados os efeitos secundários?
- Como irá o tratamento afetar as minhas atividades normais? Afetará a minha vida sexual? Virei a ter problemas urinários? Virei a ter problemas de intestinos?
- Quanto custará o tratamento? Estará este tratamento abrangido pelo meu seguro?
- Será indicada para mim a participação num ensaio clínico (estudo de investigação)?
O tratamento do cancro da próstata
Muitas pessoas com cancro da próstata querem saber toda a informação possível sobre a sua doença e métodos de tratamento, querem participar nas decisões relativas ao seu estado de saúde e cuidados médicos de que necessitam. De facto, saber mais acerca da doença ajuda a colaborar e reagir positivamente.
O choque e o stress que se seguem a um diagnóstico de cancro podem tornar difícil pensar em todas as perguntas e dúvidas que quer esclarecer com o médico. Muitas vezes, é útil elaborar, antes da consulta, uma lista das perguntas a colocar ao médico.
O médico pode aconselhar a consulta com um médico especialista. O cancro pode ser tratado por diferentes especialistas, como sejam: urologista, oncologista e radioncologista, de acordo com o tipo de tratamento proposto, sendo frequente a abordagem multidisciplinar. Pode ter um médico especialista diferente, para cada tipo de tratamento que vá fazer.
Ouvir uma segunda opinião
Antes de começar o tratamento, pode querer ouvir uma segunda opinião acerca do diagnóstico e das opções de tratamento. Poderá precisar de algum tempo e esforço adicional, para juntar todos os registos médicos (exames imagiológicos, lâminas da biópsia , relatório patológico e plano de tratamentos proposto) e marcar uma consulta com outro médico.
Em geral, mesmo que demore algumas semanas até ouvir uma segunda opinião, o tratamento não se torna menos eficaz. No entanto, há situações em que é necessário fazer tratamento imediato: é importante referir este possível atraso ao médico.
Preparação para o tratamento
Para cada caso de cancro da próstata, o médico irá desenvolver um plano de tratamentos que vá de encontro às necessidades específicas da pessoa. O tratamento do cancro da próstata depende, principalmente, do estadio da doença, do grau do tumor, dos sintomas apresentados e da saúde geral da pessoa. O médico poderá falar sobre as possíveis escolhas de tratamento e resultados esperados, tendo em consideração os benefícios e possíveis efeitos secundários de cada opção (especialmente os que incidem na atividade sexual, na micção, ou que afetem a qualidade de vida da pessoa).
As opções de tratamento
O tratamento do cancro da próstata pode envolver a cirurgia, radioterapia, hormonal (hormonoterapia), quimioterapia ou apenas observação. Poderá fazer terapêuticas combinadas. A opção de vigilância existe, sendo que nestas situações o doente é avaliado de forma programada de forma a ser feita uma monitorização próxima de sintomas e sinas de eventual progressão de doença, sendo iniciado tratamento quando considerado necessário.
Em qualquer estadio da doença, a pessoa com cancro da próstata pode fazer medicação para:
- Tratar e controlar a dor e outros sintomas;
- Aliviar os efeitos secundários do tratamento;
- Atenuar quaisquer problemas emocionais;
- Poderá, ainda, querer falar com o médico sobre a possibilidade de participar num ensaio clínico, ou seja, num estudo de investigação de novos métodos de tratamento.
Cirurgia
A cirurgia é um tratamento comum nos estadios iniciais do cancro da próstata. É um tipo de terapêutica local, sendo que o médico pode remover toda a próstata ou apenas uma parte. Em alguns casos, o médico pode usar uma técnica conhecida como cirurgia conservadora dos nervos, que permite manter os nervos que controlam a ereção. No entanto, homens que apresentem tumores grandes ou localizados muito perto destes nervos podem ter que fazer outro tipo de cirurgia.
O médico pode explicar e descrever os diferentes tipos de cirurgia, bem como comparar os possíveis riscos e benefícios:
- Prostatectomia suprapúbica radical: o médico remove completamente a próstata e os gânglios linfáticos regionais, através de uma incisão no abdómen;
- Prostatectomia perineal radical: o médico remove completamente a próstata, através de uma incisão efetuada entre o escroto e o ânus. Os gânglios linfáticos regionais são, por vezes, removidos através de uma outra incisão, efetuada no abdómen;
- Ressecção transuretral da próstata (RTUP): o médico remove parte da próstata com um instrumento que é inserido através da uretra. O tumor é separado da próstata, recorrendo a uma corrente elétrica que passa através de um pequena laçada de fio elétrico. Na RTUP não é removida a totalidade da próstata e pode não remover completamente o cancro, embora remova o tecido que impede o fluxo urinário.
- Cirurgia minimamente invasiva (laparoscópica e robótica): Trata-se de uma forma mais avançada de prostatectomia, menos agressiva que a tradicional, realizada através de pequenas incisões e inserção de uma câmara dentro do abdómen. A intervenção por cirurgia minimamente invasiva reduz a possibilidade de perdas de sangue, o internamento hospitalar e o tempo de recuperação.
- Que tipo de operação será? E farei anestesia local ou geral?
- Como me sentirei após a operação? E se tiver dores, como serão controladas?
- Quanto tempo irei estar hospitalizado?
- Quando poderei retomar as minhas atividades normais?
- Virei a sofrer de alguns efeitos de longa duração?
Radioterapia
Na radioterapia são utilizados raios de elevada energia para matar as células cancerígenas. Este é um tipo de terapêutica local.
No cancro da próstata em estadio inicial a radioterapia pode ser o tratamento primário, ao invés da cirurgia. No entanto, também pode ser usada após a cirurgia para destruir quaisquer células cancerígenas que possam ter ficado na região tumoral. Em estadios avançados, a radioterapia pode ser utilizada com intuito paliativo, para ajudar a aliviar a dor.
No tratamento do cancro da próstata, podem ser utilizados 2 tipos de radioterapia:
- Radiação externa: a radiação provém de uma máquina. Para este tratamento, a maioria das pessoas vai ao hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas. Algumas pessoas com cancro da próstata, fazem radiação conformacional tridimensional. Este tipo de radioterapia é mais precisa a atingir o tumor, poupando o tecido normal.
- Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioativo contido em sementes, agulhas ou finos tubos de plástico e que são colocados diretamente no local do tumor ou perto. Para fazer radiação por implante, o doente fica, regra geral, internado no hospital. Os implantes permanecem no local durante vários dias e são retirados antes de ir para casa.
- Que tipo de radioterapia farei? Quanto tempo durará o tratamento?
- Como me vou sentir depois do tratamento?
- Se tiver que ser internado num hospital, quanto tempo terei de internamento?
- Quando poderei retomar as minhas atividades normais?
- Terei alguns efeitos secundários duradouros?
Hormonoterapia
A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas “tenham acesso” às hormonas naturais do nosso organismo, das quais necessitam para se desenvolverem.
O cancro da próstata é sensível a determinadas hormonas, principalmente a testosterona, que permitem o seu desenvolvimento e crescimento. Desta forma, o objetivo desta terapia é diminuir ou eliminar os níveis dessas hormonas.
A hormonoterapia é uma terapêutica sistémica, tendo em conta que os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo. A terapêutica sistémica é usada para tratar tumores da próstata em várias fases da doença: antes e durante os tratamentos de radioterapia, nos casos de recidiva local, nos casos de recidiva bioquímica e na doença metastizada.
No homem, a castração pode ser efetuada através:
- Orquidectomia: nesta operação, removem-se os testículos, que são a principal fonte da hormona masculina testosterona;
- Agonistas da hormona de libertação da hormona luteinizante (LH-RH): estes fármacos podem impedir os testículos de produzir testosterona;
- Antiandrogénios: estes fármacos podem bloquear a ação dos androgénios.
Depois de uma orquidectomia ou do tratamento com um agonista LH-RH, o organismo deixa de ter testosterona proveniente dos testículos. No entanto, as glândulas adrenais ainda produzem pequenas quantidades de hormonas masculinas. Por vezes é, também, administrado um antiandrogénio, que bloqueia o efeito das hormonas masculinas produzidas pelas glândulas adrenais. Esta combinação de tratamentos é conhecida como bloqueio total dos androgénios.
Na doença metastizada, a castração cirúrgica (através de orquidectomia) ou química (através do aLHRH) constitui a base do tratamento do cancro da próstata.
- Que tipo de hormonoterapia vou fazer? Quanto tempo durará o tratamento?
- Se fizer uma orquidectomia , durante quanto tempo terei que ser internado num hospital?
- Como me vou sentir durante o tratamento?
- Quando poderei retomar as minhas atividades normais?
- Terei alguns efeitos secundários duradouros?
Quimioterapia, Hormonoterapia de Nova geração ou Radium 223
Em fases avançadas da doença, quando esta castração já não é suficiente para controlar a evolução da doença, podem-se associar outros tratamentos sistémicos, como a quimioterapia, hormonoterapia de nova geração ou tratamento nuclear com radium 223. Estes tratamentos não são isentos de potenciais efeitos laterais, pelo que os doentes devem ter condições clínicas e analíticas compatíveis com a realização e cada um destes tratamentos.
Observação
Por vezes, a opção não é terapêutica, mas sim ficar sob observação, quando os riscos e os possíveis efeitos secundários da cirurgia, da radioterapia, ou da hormonoterapia não compensam os possíveis benefícios.
Quem opta pela observação é, no entanto, tratado quando surge sintomatologia ou quando os sintomas pioram. A observação pode ser aconselhada a pessoas mais velhas que têm cancro da próstata e outros problemas graves de saúde. A observação também pode ser sugerida para pessoas a quem o cancro da próstata foi detetado num estadio inicial e que parece estar a crescer lentamente.
- Se eu optar pela observação, posso mudar de ideias mais tarde?
- A doença vai ser mais difícil de tratar, mais tarde?
- Com que frequência farei exames médicos?
- Entre os exames médicos, que problemas deverei referir ao médico?