FORMAS DE DIAGNÓSTICO DO CANCRO DA MAMA

Se tiver uma alteração na mama, o médico deverá determinar qual a sua causa (ou etiologia) e pode não ser cancro. Neste caso, deverá fazer um exame físico. O médico irá fazer perguntas relacionadas com a história clínica e familiar. Se tiver realizado alguma mamografia, ecografia ou ressonância mamária, deverá mostrar ao médico.

Depois de avaliar estes exames, o médico poderá decidir que não são necessários quaisquer exames adicionais, nem mesmo tratamento.

No entanto, pode precisar de fazer uma biópsia, para verificar se na zona suspeita existem células cancerígenas.

EXAME CLÍNICO DA MAMA

1.Durante um exame clínico da mama, o médico palpa a mama em diferentes posições: enquanto está de pé, sentada e deitada. O médico pode pedir que levante os braços acima da cabeça, que os deixe caídos ou que faça força com as mãos contra as coxas.

2.O médico procura quaisquer diferenças entre as mamas, incluindo diferenças invulgares de tamanho ou forma. Na pele, é verificada a presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou outros sinais anormais. Os mamilos devem ser pressionados para verificar se existe alguma secreção ou perda de líquido.

3.O médico poderá examinar toda a mama, usando a ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações e/ou nódulos. Um nódulo apresenta, geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que alguém o consiga sentir ou palpar. Se a mulher tiver um nódulo na mama, o médico deverá conseguir caracterizá-lo através da palpação (pelo tato), sentindo o nódulo e a pele à sua volta. Na palpação, os nódulos benignos são diferentes dos cancerígenos. O médico pode verificar o tamanho, a forma, e a textura do nódulo, e sentir se este se move facilmente.

4.Deve ser também examinada a área da axila e a área da clavícula, de forma a verificar se os gânglios linfáticos perto da mama estão inchados. Estes passos são feitos primeiro de um lado e depois do outro (esquerdo e direito). Os gânglios que se apresentam macios, lisos e redondos e móveis são, provavelmente, benignos. Um nódulo duro, com forma estranha e irregular, que se sente bem preso (ou fixo) dentro da mama é, provavelmente, cancro.

5.Um exame clínico completo da mama, pode demorar cerca de 10 minutos a ser realizado.

MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO

A mamografia de diagnóstico é constituída por imagens de raio-X da mama, para que sejam obtidas imagens mais claras e detalhadas de qualquer área que pareça suspeita ou anormal.

ECOGRAFIA (ULTRASSONOGRAFIA)

Através de ondas de som de alta-frequência, a ecografia (ultrassons) pode, frequentemente, mostrar se um nódulo é um quisto, cheio de líquido, ou uma massa sólida que pode, ou não, ser cancerígena. O médico vê estas imagens num monitor. Após o exame, as imagens podem ser impressas ou gravadas em vídeo. Este exame pode ser usado em conjunto com a mamografia, como complemento imagiológico.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Na ressonância magnética (RM), liga-se um potente íman a um computador, para que sejam produzidas imagens mais detalhadas dos tecidos internos da mama. O médico vê estas imagens num monitor ou pode gravá-las em filme. A RM pode ser usada em conjunto com a mamografia e geralmente é útil para melhor caracterização diagnóstica em casos particulares ou no planeamento e avaliação de resposta ao tratamento inicial.

BIÓPSIA

Muitas vezes é necessário retirar tecido ou líquido da mama, para ajudar o médico a perceber se é um cancro. A este procedimento chamamos biópsia. Para efetuar uma biópsia, o médico pode recomendar uma consulta com um cirurgião ou um médico especializado em doenças da mama.

Por vezes, uma área suspeita, visível numa mamografia, não é palpável (sentida) no exame clínico da mama. O médico poderá usar aparelhos que fornecem imagens, para ver a área onde será retirado o tecido. Estes procedimentos incluem a biópsia guiada por ecografia, com agulha localizada ou estereotáxica.

Os médicos podem retirar células ou tecido da mama, recorrendo a diferentes métodos:

  • Aspiração com agulha fina: o médico usa uma agulha fina para remover líquido e/ou células de um nódulo na mama, que deverá ser analisado num laboratório, onde um patologista usa um microscópio para procurar células cancerígenas.
  • Biópsia Core: o médico usa uma agulha para remover tecido mamário e um patologista analisa o tecido, para ver se tem células cancerígenas; este procedimento é, também, chamado microbiópsia.
  • Biópsia cirúrgica: numa biópsia incisional, o cirurgião remove uma amostra de um nódulo ou de uma zona anormal: se for uma biópsia excisional, o cirurgião remove completamente o nódulo ou a zona anormal: posteriormente, um patologista analisa o tecido retirado, para ver se tem células cancerígenas.

Se existirem células cancerígenas, o patologista pode, então, caracterizar o tipo de cancro. O tipo de cancro da mama mais comum é o carcinoma ductal: tem início no interior dos ductos (canais de passagem do leite). Outro tipo de cancro da mama é o carcinoma lobular: tem início nos lóbulos (locais onde se forma e armazena o leite). Existem, no entanto, outros tipos de carcinoma de mama menos frequentes.

Dependendo do laboratório e da instituição onde fizer a biópsia, o resultado pode demorar cerca de 2 semanas para ficar pronto.

SE PRECIAR DE FAZER UMA BIÓPSIA, PODE TER DIVERSAS PERGUNTAS PARA COLOCAR AO MÉDICO:
  • Que tipo de biópsia vou fazer? Porquê?
  • Quanto tempo irá demorar? Estarei acordada? Vai doer? Serei anestesiada?Qual será o tipo de anestesia?
  • Quando irei saber os resultados?
  • Existem alguns riscos? Quais são as hipóteses de infeção ou sangramento, após a biópsia?
  • Se eu tiver cancro, quem irá falar comigo acerca do tratamento? Quando?

EXAMES ADICIONAIS

Se o diagnóstico for cancro, o médico poderá pedir testes laboratoriais adicionais no tecido que foi removido. Os resultados destes testes irão ajudar o médico a saber mais sobre o cancro e a planear adequadamente o tratamento.

Todas as mulheres com cancro da mama irão fazer o teste dos recetores hormonais.

Esta informação é relevante para saber se o cancro necessita de hormonas (estrogénios ou progesterona) para se desenvolver. Os resultados podem condicionar a escolha e planeamento do tratamento. Os tumores que expressam recetores hormonais são tratados com hormonoterapia e estão geralmente associados a melhor prognóstico.

Na amostra do tecido mamário deverá, também, ser analisado e pesquisado o aumento (ou sobre-expressão) do receptor-2 para o factor de crescimento epidérmico humano (HER2) – receptor existente na membrana das células tumorais, também designado gene HER2/neu . Esta alteração corresponde a um sub-tipo específico de cancro da mama, denominado cancro da mama HER2 positivo (HER2+). O cancro da mama HER2+ está associado a maior agressividade da doença. Existe uma terapêutica (com um anticorpo monoclonal) específica para as células HER2+.

INVESTIGAÇÃO SOBRE A DETECÇÃO E DIAGNÓSTICO

Neste momento, a mamografia continua a ser a ferramenta mais eficaz na deteção de quaisquer alterações, na mama, que possam corresponder a cancro. Está em estudo a comparação, em termos de precisão, da mamografia normal com a mamografia digital, que usa um computador, em vez de filme de raio-X para armazenar a imagem da mama; as imagens são apresentadas num monitor de computador e podem ser melhoradas (clareadas ou escurecidas). Como a imagem pode ser ajustada, o médico consegue detetar tecido anormal com maior facilidade.

Os investigadores estão, também, a explorar outras técnicas, tal como a ressonância magnética (RM) e a tomografia de emissão de positrões (PET), para produzir imagens detalhadas do tecido mamário.

Adicionalmente, continuam a ser estudados os marcadores tumorais. Estas substâncias podem estar presentes, e em quantidades anormais, em pessoas com cancro. Os marcadores tumorais podem ser pesquisados no sangue ou na urina, ou mesmo no líquido da mama (liquido aspirado do mamilo). Alguns marcadores podem ser usados no seguimento de doentes com cancro da mama, para verificar qualquer sinal da doença, após o tratamento. No entanto, nenhum marcador tumoral é suficientemente credível para ser usado por rotina, na detecção do cancro da mama.

Também está em estudo a lavagem ductal. Esta técnica recolhe amostras de células dos ductos mamários; é inserido um catéter (tubo muito fino e flexível) na abertura de um ducto de leite, na superfície do mamilo. Através do catéter, é colocada dentro do ducto mamário uma solução salina. Quando a solução é retirada, contém células do interior dos ductos; estas células são analisadas, num microscópio, para avaliar se há cancro da mama ou outras alterações, que possam sugerir um risco aumentado de cancro.

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