A investigação tem demonstrado que há mulheres que apresentam um risco aumentado para cancro da mama, o que se pensa estar associado a determinados fatores de risco. Estas características aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença e estão maioritariamente relacionados com estilos de vida e hábitos reprodutivos.
CANCRO DA MAMA: SINAIS COM QUE SE DEVE PREOCUPAR
QUEM ESTÁ EM RISCO?
Assim, foram já identificados alguns fatores de risco para o cancro da mama:

IDADE:
a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o envelhecimento; uma mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco O cancro da mama é menos comum antes da menopausa.

HISTÓRIA PESSOAL DE CANCRO DA MAMA:
uma mulher que já tenha tido cancro da mama tem maior risco de ter novamente esta doença na outra mama, ou na mesma se tiver feito cirurgia com preservação da mama retirando apenas o tumor.

HISTÓRIA FAMILIAR:
o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos);

ALTERAÇÕES GENÉTICAS:
uma história familiar de cancro muito marcada pode justificar estudo genético de mutações de genes que, quando “herdadas”, conferem um risco aumentado de cancro; alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama; mulheres que apresentem estas alterações genéticas podem ser propostas para cirurgias de redução do risco de cancro e melhorar a deteção precoce da doença com rastreio personalizado.

ALGUMAS ALTERAÇÕES DA MAMA:
algumas mulheres apresentam células mamárias que, quando vistas ao microscópio, têm conformação anormal; estas alterações, como por exemplo a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in situ, estão relacionadas com maior risco de cancro da mama.

HISTÓRIA MENSTRUAL LONGA:
mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) e/ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade) ou que tiveram em idade tardia, apresentam um risco aumentado.

NÃO AMAMENTAÇÃO:
a amamentação tem um papel protetor, pelo que é aconselhada também para a redução do risco do cancro da mama.

TERAPÊUTICA HORMONAL DE SUBSTITUIÇÃO:
mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona), durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior probabilidade de desenvolver cancro da mama.

POPULAÇÃO:
o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres Caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.

RADIOTERAPIA NO PRÉVIA:
mulheres que tenham feito radioterapia prévia que inclua a mama na região irradiada, apresentam um risco aumentado para desenvolver cancro da mama; estudos publicados demonstram que quanto mais nova era a mulher na altura dos tratamentos com radioterapia, mais elevado é o risco de vir a ter cancro da mama.

DENSIDADE DA MAMA:
mulheres mais velhas que apresentam tecido mamário mais denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.

OBESIDADE APÓS MENOPAUSA:
a obesidade está relacionada com uma proporção anormalmente elevada de gordura corporal; o tecido gordo é responsável pela produção parcial de estrogénios (hormona feminina), o que explica o motivo pelo qual alguns estudos demonstram que as mulheres obesas, que apresentam níveis mais elevados de estrogénios, têm um risco aumentado para cancro da mama.

INATIVIDADE FÍSICA:
o sedentarismo parece conferir um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente ativa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção da obesidade.

BEBIDAS ALCOÓLICAS:
alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.
Ao contrário do receio de muitas mulheres, sabemos que embates violentos na mama não provocam, por si só, cancro da mama. O cancro da mama, tal como as outras doenças oncológicas, são doenças não transmissíveis, ou seja, não são contagiosas.
PREVENÇÃO E CONSULTA MÉDICA
Entre 5 a 10 % dos cancros da mama diagnosticados estão relacionados com alterações genéticas e hereditárias. No entanto, muitos dos fatores de risco enumerados acima podem ser evitados. Portanto, é útil saber e estar consciente de quais os fatores de risco, ainda que muitas mulheres com estas características não desenvolvam cancro da mama.
Se pensa estar em risco de ter cancro da mama, deve discutir este facto com o médico; este pode sugerir modos de reduzir o risco e planear um calendário adequado para os exames médicos.
Investigação sobre as causas e a prevenção
Os cientistas e investigadores estão a tentar saber mais sobre outros fatores que possam aumentar o risco de cancro da mama, incluindo:
- Dieta: algumas evidências relacionam a dieta com o aparecimento de cancro da mama. Uma dieta rica em fruta e vegetais, e pobre em gordura, está associada a menor risco de cancro da mama. É necessário continuar a investigar, para perceber qual o tipo e quantidade de gordura que aumentam o risco de cancro.
- Fatores hormonais: para além dos fatores de risco relacionados com a história menstrual e reprodutora, descritos anteriormente, estão a ser estudados outros fatores hormonais, para saber como é que as hormonas, em geral e durante a gravidez, influenciam o desenvolvimento e aparecimento de cancro da mama.
- Fatores ambientais: estão a ser estudadas determinadas substâncias, presentes no ambiente, que se pensa poderem aumentar o risco de cancro da mama.
- Exercício insuficiente: continua a ser estudado o efeito da atividade física no risco de cancro da mama.
Continuam a ser procurados e estudados fármacos que possam prevenir o aparecimento de cancro da mama.